Proteja o seu filho do bullying

AUTOR(ES): Beane, Allan L.; Soares, Maria de Jesus Barroso, pref.

PUBLICAÇÃO: Porto: Porto Editora, 2011

 

 Tít. orig.: Protect your child from Bullying: expert advice to help you recognize, prevent, and stop bullying before your child gets hurt.

O bullying é um problema complexo e assustador que afeta crianças de todas as idades.
Allan L. Beane viveu de muito perto este fenómeno, que contribuiu para a morte do seu filho Curtis aos 23 anos. Hoje é um dos mais conceituados especialistas no combate ao bullying.
Nesta obra, que recorre a um modelo pergunta-resposta baseado em questões reais colocadas por pais cujos filhos sofrem hoje o mesmo problema pelo que o próprio passou, o autor reúne, de uma forma prática e concisa, valiosas estratégias para o ajudar a:
- Reconhecer os sinais de alerta que podem revelar se uma criança é uma potencial vítima;
- Agir, caso o seu filho se torne numa vítima de bullying;
- Fornecer ao seu filho as ferramentas necessárias para lidar com estas situações;
- Prevenir o ciberbullying;
- Criar um ambiente seguro e saudável para os seus filhos.

A edição portuguesa conta com prefácio da Dr.ª Maria Barroso, hoje presidente da Fundação Pro dignitate, uma das mais ativas instituições nacionais no combate ao flagelo do bullying.

Proteja o seu filho do bullying!

Questionário: bullying na população portuguesa

 

Notícia do i de 23 de Agosto de 2012.

Por Agência Lusa,

Mais de um terço das 1.240 pessoas inquiridas pela revista Proteste afirmaram já ter sido vítimas de bullying na escola, no trabalho ou na Internet.

Os resultados deste inquérito, que vão ser divulgados na edição de setembro da Proteste, indicam que 12% das vítimas de bullying escolar mantêm recordações que os perturbam mesmo na idade adulta.

O bullying pode ser definido como um comportamento agressivo, físico ou verbal, repetido no tempo em relação a uma vítima que não é capaz de se defender.

“Os inquiridos já adultos sonham com os eventos (14%) ou recordam com sofrimento a situação (36%). No global, há uma prevalência de 20% de bullying escolar retrospetivo, ou seja, recordado pelos nossos inquiridos”, refere o artigo da revista.

Ainda no contexto escolar, só em 21% dos casos os professores ficaram a par da situação de bullying, uma situação que ocorre com maior prevalência até ao 6.º ano.

Segundo a Proteste, faltou à maioria das crianças e jovens instrumentos para resolver o problema, optando por ignorar ou evitar a situação.

O bullying assume maior prevalência nas raparigas, e a timidez, um estilo mais passivo ou uns quilos a mais são os motivos mais indicados.

Aliás, em 47% dos casos, os inquiridos dizem ter sido vítimas por causa da timidez e 28% afirma que foi por ser considerado uma pessoa fraca.

Já no local de trabalho, o bullying (ou mobbing) é mais frequente entre colaboradores com vínculos precários e é um comportamento que afeta a produtividade e o empenho.

Entre os inquiridos ativos do estudo, cerca de um quarto reconheceu ter sido submetido a atos de bullying no emprego, no último ano. As chefias são quem mais exerce este tipo de agressão.

Segundo os dados do inquérito, trabalhadores que são vítimas relatam mais problemas de saúde, estando o bullying associado a cansaço extremo, ansiedade ou depressão.

Na análise feita aos inquiridos que já foram vítimas de bullying no ciberespaço, fica demonstrado que o fenómeno é mais frequente entre os 18 e os 24 anos.

Aqui, a estratégia passa por escrever frases replicadas nas redes sociais ou enviar mensagens sem remetente para provocar medo ou intimidar.

O questionário da Proteste foi enviado em novembro do ano passado a uma amostra representativa da população portuguesa, entre os 18 e os 64 anos, tendo sido recebidos 1.240 questionários válidos.



Ler mais em: Proteste - Edição nº338 - Setembro 2012

Famosos também foram vítimas…

Conheça histórias de famosos que sofreram bullying.

Steven Spielberg (diretor de cinema)

"Era solitário, desengonçado e excluído, sofri ataques antissemitas dos vizinhos e dos colegas de escola, no recreio e ouvia as crianças berrar Spielbergs, os judeus sujos”

Madonna  (cantora) ”Eu não era hippie ou fã dos Rolling Stones, então tornei-me esquisita… Se fosse diferente, os alunos eram bem perversos. As pessoas faziam questão de serem maldosas comigo”. Mas quanto mais represálias às suas diferenças, mais Madonna reagia: não depilava pernas e axilas, recusava-se a usar maquiagem ou se encaixar no modelo convencional.

David Beckman (jogador de futebol) ”Adolescente, recusava noitadas e bebidas e os agressores diziam que isso era coisa de mulherzinha. Beckham está na campanha Beat Bullying: O bullying é algo que todos nós temos responsabilidade de erradicar.”

Taylor Swift “Eu ia me sentar com elas no intervalo, e elas iam para outra mesa. Em vez de sair com os amigos nos fins de semana, participava em concursos de karaokê e cantava em cafés.

Escrevo quando estou frustrada, com raiva, ou confusa. Descobri que havia uma maneira de filtrar esses sentimentos em algo positivo.”

Justin Timberlake (cantor e ator) “sofri bullying na escola porque meus braços eram muito longos era atormentado o tempo todo. Tinha uma acne terrível e um cabelo estranho.”

Miley Cyrus (cantora)

“Elas prenderam me no armário, bati na porta até magoar os pulsos. Ninguém veio.Fiquei mais ou menos uma hora presa,a pensar o quanto minha vida estava arruinada.”










  

 Lady Gaga (cantora) “Frequentei uma escola cheia de criancinhas mimadas.

Faziam troça de mim, da maneira como eu me vestia e falava. Até mesmo na escola de artes as pessoas me alfinetavam, mas isso era porque eu não estava interessada em ser um robozinho como eles.

Já escreveram palavrões no meu armário na escola. Já fui chamada de vadia nos
corredores”.

Jessica Alba (atriz)“As lembranças da escola não são boas. Eu era extremamente tímida, desajeitada, com dentes grandes e sotaque texano. Quando eu tinha oito anos, meu pai saiu do exército e fomos morar em Los Angeles. Nós éramos totalmente diferentes das outras crianças e os meus pais chegaram a trabalhar no McDonald's.

Eu era tão rejeitada que meu pai precisava caminhar comigo pela escola para eu não ser importunada. Almoçava na enfermaria para não ter que me sentar com as outras meninas. Além de eu ter ascendência mexicana, os meus pais não tinham dinheiro e eu nunca tinha roupa fixe ”.

Casada com o produtor Cash Warren e mãe de Honor Marie Warren a atriz foi eleita uma das 50 mulheres mais bonitas do mundo pela revista People

Christian Bale (actor) “Quando era miúdo levei sovas de outros rapazes sem perceber o motivo… As agressões duraram muito tempo e eu apenas desejava que parassem! Hoje percebo que tudo o que passei na infância deu-me força para seguir o meu sonho e ser o homem que sou hoje.”

Kate Winslet (actriz) “Em miúda tornei-me muito tímida por causa do meu excesso de peso. Quando tinha 16 anos chamavam-me Bolha, era patético e infantil. Isto durou dois anos, até que contei à minha mãe e ela falou com o presidente da escola que resolveu a situação sem expor a minha identidade. Acho que o anonimato é muito importante nestas situações.”

Michael Phelps (nadador olímpico) “Fui vítima de bullying devido ao meu andar desajeitado e às minhas grandes orelhas. Depois dos meus triunfos, alguns daqueles rapazes que me trataram mal, tentaram aproximar-se de mim, mas eu disse-lhes que não me lembrava deles.

Acho que se sentiram como eu há muitos anos atrás! O nadador que nas Olimpíadas de Pequim conquistou oito medalhas de ouro e bateu sete recordes mundiais tinha défice de atenção. Uma professora chegou a dizer que ele seria um fracassado. Sofreu bullying anos seguidos.

Eminem (cantor) “O período máximo que passei na escola em cada ano foi de 3 meses. Eu fui vítima de bullying por diversas vezes e, aos 8 anos, estive no hospital durante 10 dias devido aos ferimentos. Em muitas escolas fui perseguido por ser dos poucos rapazes brancos. Muitas vezes também me roubavam…”





Cyberbully - LEGENDADO PORT.

Fatores de Risco

QUEM CORRE RISCO

O bullying pode acontecer em qualquer lugar. Dependendo do ambiente, alguns grupos-como lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneros jovens (LGBT), jovens com deficiência ou necessidades especiais de saúde, jovens socialmente isolados, de raça ou etnia diferentes podem ter um risco aumentado de serem intimidados.

Há muitos sinais de alerta que podem indicar que alguém é afetado por bullying, quer ser intimidado ou intimidar outros. Reconhecer os sinais de alerta é um passo importante na tomada de medidas contra o bullying. Nem todas as crianças que são maltratadas pedem ajuda.


Geralmente, as crianças que são maltratadas têm um ou mais dos seguintes fatores de risco:

São diferentes,
Sobrepeso ou abaixo do peso
Uso de óculos ou roupas diferentes
Ser novo na escola
Ser fraco ou incapaz de se defender
Está deprimido, ansioso, ou tem baixa auto-estima
São menos populares do que outros
Têm poucos amigos
Não se dão muito bem com os outros, visto irritar ou provocar

No entanto, se uma criança tem esses fatores de risco, não significa que va ser intimidado.


Existem tipos de crianças que são mais propensos a intimidar outros:

A) têm um poder social, são excessivamente preocupados com sua popularidade, e gostam de dominar ou ser responsável por outros.

B) são mais isolados, têm baixa auto-estima, envolvem-se menos na escola, são facilmente pressionados por seus pares, não se identificam com emoções ou sentimentos dos outros.

As crianças que têm esses fatores também são mais propensos a intimidar outros:
São agressivas ou facilmente frustradas
Têm menos envolvimento parental
Pensam mal dos outros
Têm dificuldade em seguir regras
Vêm a violência de uma forma positiva
Têm amigos que intimidam os outros


Respeitar a diversidade pode ajudar a proteger as crianças contra o bullying.

Como falar sobre Bullying

Os pais e outros adultos têm um papel a desempenhar na prevenção de bullying:

Fale sobre o que é bullying e como enfrentá-lo com segurança
Certifique-se que as crianças sabem como obter ajuda
Ouça-os
Conheça seus amigos, pergunte sobre a escola, e entenda suas preocupações
Incentive as crianças a fazer o que amam (Atividades especiais, interesses e hobbies pode aumentar a confiança, ajudar as crianças a fazer amigos, e protegê-los do comportamento bullying)
Crianças que sabem o que é bullying podem identificá-lo se acontecer com elas ou outros
Incentivar as crianças a falar com um adulto de confiança
O adulto pode dar conforto, apoio e conselhos, mesmo que não resolva o problema diretamente
Encoraje a criança a relatar o bullying
Fale sobre estratégias para se manter seguro, como ficar perto de adultos ou de outras crianças
Incentive-os a ajudar as crianças que são maltratadas


Mantenha-se aberto a comunicação

Às vezes, passar 15 minutos por dia a falar com seus filhos pode tranquiliza-los. Inicie conversas sobre a vida quotidiana,  pergunte:

Que aconteceu hoje, como foi o dia?
Qual é a hora do almoço na escola?
Com quem falas?
O que é que gostas na escola?
O que mais gostas em ti mesmo?

Falar diretamente sobre o bullying é um passo importante na compreensão de como o problema pode estar afetar a criança.
Não há respostas certas ou erradas para as perguntas, mas é importante incentivar as crianças a responder honestamente.


Assegure que eles não estão sozinhos para resolver problemas que possam surgir. Inicie conversas sobre bullying com perguntas como estas:

O que significa "bullying" para ti?
Por que achas que as pessoas te maltratam?
Quem são os adultos que você mais confia quando se trata de coisas como bullying?
Já se sentiu com medo de ir para a escola?
O que achas que os pais podem fazer para ajudar a parar o bullying?
O que costumas fazer quando vês o bullying acontecer?
Já viste crianças na sua escola serem intimidadas?
Alguma vez tentou ajudar alguém que está a ser intimidado? O que aconteceu? O que farás se isso acontecer novamente?

Obtenha mais idéias para falar com as crianças sobre a vida e sobre o bullying.



Há maneiras simples de manter-se a par da vida das crianças:

Ler panfletos da escola
Ver o site da escola
Ir a eventos escolares
Conheçer os professores
Partilhar números de telefone com os pais de outras crianças



Diga às crianças: o bullying é inaceitável.

Vítima, Agressor, Espectador, Defensor ?

Serei vítima, agressor ou simplesmente espectador?
Actualmente o bullying é considerado um fenómeno de grupo, o que permite a identificação dos seus intervenientes:

vítimas (aqueles que são o alvo da agressão), agressores (aqueles que iniciam a agressão), assistentes (aqueles que não têm a iniciativa do bullying mas participam), reforçadores (os que não participam mas dão reforço positivo ao agressor), defensores (aqueles que proporcionam apoio à vítima e tentam fazer frente aos agressores) e não-envolvidos (aqueles que se mantêm afastados mas têm conhecimento das situações de bullying).

É possível que alguns assumam simultaneamente o papel de agressor e de vítima (agressores-vítimas)

Estes papéis foram identificados em estudos de vários países em situações de bullying.